O complexo do Carandiru, maior presídio da América Latina, foi desativado e convertido em um parque urbano. O projeto parte de um raro resquício de mata atlântica que ainda hoje persiste no complexo: é sua reserva vegetal tombada e que deve não apenas ser preservada, mas também enfatizada como um conjunto de espécimes vegetais único, isolado, e totalmente diferenciado da vegetação que será implementada no projeto paisagístico. É essa particularização da mata atlântica que exaltará sua importância histórica, sendo o contraste entre ela e as outras ecologias do Parque uma estratégia encontrada para enaltecê-la, destacá-la, e caracterizá-la como um bem tombado.
Partindo desse resquício, o paisagismo estabelece uma rede de manchas vegetais, cada qual com um caráter diferente. Assim, as novas manchas contrastam com a “mancha original” (a da mata atlântica) e propõem um pluralismo paisagístico onde cada nova ecologia corresponde a uma leitura da vegetação essencialmente urbana de São Paulo: a mancha das ervas daninhas, a mancha dos capins, a mancha das árvores urbanas, a mancha das plantas ornamentais, etc. Essencialmente, o Parque é um experimento que utiliza a natureza urbana e antrópica da cidade como recurso para criar novas paisagens.
Projeto premiado com menção honrosa em concurso nacional organizado pela Prefeitura de São Paulo.