Com o objetivo de debater possíveis novos modos de atuação na cidade, o grupo de pesquisadores holandeses Crimson Architectural Historians coordenará o seminário Track Changes dos dias 4 a 7 de novembro no Centro Cultural São Paulo. Evento integrado na programação da X Bienal de São Paulo, Track Changes discutirá três temas: We the People, sobre o aspecto democrático dos planos diretores, particularmente o novo plano diretor de São Paulo; What?s Your Crisis?, sobre como a crise de 2008 está forçando arquitetos a reavaliar seu modus operandi; e Bottom-Up Is Not Enough, sobre como projetos participativos podem ser integrados em projetos de maior escala.

Os participantes incluem José Armênio de Brito Cruz (IAB-SP), Charles Holland (FAT, Londres), Ana Luiza Nobre (curadora da X Bienal, São Paulo), Michelle Provoost e Wouter Vanstiphout (Crimson Architectural Historians, Roterdam), Sofia Saavedra Bruno (Supersudaca, Curaçao), Rupali Gupte & Prassad Shetty (CRIT, Mumbai), Urban Think Tank (Caracas/Zurique) e Carlos Teixeira (Vazio S/A, BH), entre outros.

Leia o release de Track Changes abaixo:

Track Changes: exposição holandesa na X Bienal de Arquitetura de São Paulo

Enquanto as ruas de grandes cidades no Brasil estão zunindo com agitações políticas e até mesmo motins, a 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo foi inaugurada no dia 12 de outubro. O New Institute e o escritório de Roterdã Crimson Architectural Historians organizaram o ‘Track Changes’, uma série de debates, apresentações e encontros para essa Bienal. Em uma configuração pública, mas ainda assim intimista, serão discutidas tanto as transformações que a sociedade vem atravessando em um período de crises econômicas, políticas e sociais, como o papel que arquitetos e urbanistas podem assumir dentro desse contexto. Os debates serão realizados nos dias 4, 5, e 6 de novembro.

Um grupo internacional de arquitetos, urbanistas, economistas, historiadores de arquitetura e críticos irá analisar se uma forma de trabalho participativa e de pequena escala pode oferecer soluções relevantes para as questões econômicas, políticas e sociais contemporâneas ou se, ao contrário, deveriam estar sendo projetados serviços, infra-estrutura de larga escala e Planos Diretores. Através de comparações públicas e da discussão de projetos concretos, realizados em cinco continentes diferentes, tentaremos encontrar pontos em comum e, dessa maneira, tentar tornar a questão do design, mais uma vez, socialmente significante e politicamente relevante.

“Em quatro dias de discussões abertas, vamos explorar o que temos em comum, mas não sem antes definir precisamente as nossas diferenças” afirmam os historiadores da Crimson. “Talvez a nossa maior ambição seja resgatar a arquitetura e o planejamento urbano dos guetos acadêmicos e das caixas pretas da política e do mercado, para retornar ao núcleo do debate público”.

Os profissionais integrantes irão discutir projetos específicos que se referem às questões levantadas pelaCrimson. Três discussões serão realizadas: We the People (Nós, o Povo), sobre o valor democrático de um Plano Diretor, particularmente o novo concebido para São Paulo; What’s Your Crisis? (Qual a sua crise?) à respeito de como a repentina escassez de recursos financeiros, crises políticas e transformações sociais dramáticas estão forçando arquitetos a reavaliar sua maneira de trabalhar; e Bottom-Up Is Not Enough (“De baixo para cima” não é suficiente), sobre como projetos desenvolvidos “de baixo para cima” podem exceder sua pequena escala e ser integrados em planos superiores.

Os convidados são: Guus Beumer (diretor, New Institute), René Boer (Failed Architecture), Fernando Botton (URBZ), Elma van Boxel (ZUS), Milton Braga (MMBB), José Armênio de Brito Cruz (presidente, Instituto de Arquitetos do Brasil/SP), Eduardo Andrade de Carvalho (empreendedor, MOBY Incorporadora), Mariana Fix (economista e urbanista, Universidade de Campinas), Ana Carla Fonseca (economista e urbanista, Garimpo de Soluções), Fernando de Mello Franco (secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo), Rupali Gupte & Prassad Shetty (CRIT), Charles Holland (FAT), Ana Luiza Nobre (historiador da arquitetura, curador X Bienal), Luís Pompeo (23 Sul), Michelle Provoost & Wouter Vanstiphout (Crimson), Damon Rich (planejador urbano da cidade de Newark, Nova Jersey), Nanne de Ru (Powerhouse Company), Sofia Saavedra Bruno (Supersudaca), Jan Gijs Schouten (Cônsul-geral dos Países Baixos), Carlos Teixeira (Vazio S/A/) e Urban Think Tank.

Os debates e seus resultados podem ser acompanhados em trackchanges.thenewinstitute.nl e através do Twitter #trackchanges. Uma publicação contendo as conclusões e resultados das discussões será divulgada em dezembro.

Programação:

>>> 04/11 (segunda-feira) – Abertura e We the People (Nós, o Povo) – 13h30, acesso ao local a partir das 13h

>>> 04/11 (segunda-feira) coquetel festivo oferecido pelo consulado holandês – 17h

>>> 05/11 (Sexta-feira) What’s Your Crisis? (Qual a Sua Crise?) – 13h30

>>> 06/11 (sábado) – Bottom-Up Is Not Enough (“De baixo para cima” não é suficiente) – 13h30

Local: Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro 1000, São Paulo

Entrada franca

+infos: trackchanges.thenewinstitute.nl, #trackchanges