Outras Habitabilidades é uma exposição no Museu Casa Kubitschek em Belo Horizonte e permanecerá em cartaz até julho de 2022. A mostra teve curadoria de Marconi Drummond e Carlos M Teixeira (Vazio S/A), expografia do Micrópolis, produção do Instituto Periférico, e apresenta trabalhos de artistas e arquitetos como Nino Cais, Nydia Negromonte, Vik Muniz, Lina Bo Bardi, Lucio Costa, Pedro Motta, Detanico & Lain e Grupo Poro, entre muitos outros. Segundo os dois curadores,
“A exposição Outras Habitabilidades pretende ativar os ambientes do Museu Casa Kubitschek por meio da inserção de novos objetos que produzem congruências e incongruências na arquitetura residencial – sendo esses objetos uma abordagem inclusivista dos diversos modos de morar do Brasil. A ideia central da mostra é integrar o acervo mobiliário do Museu Casa Kubitschek com novos objetos da arte indígena e do design, e com esculturas e obras de artistas contemporâneos comissionadas para o local.
“Outras Habitabilidades é o Museu Casa Kubitschek com seus móveis deslocados, mantendo a representação de suas funções originais (dormir, comer, cozinhar, receber), mas buscando reconfigurar o legado modernista, gerando diálogos e estranhamentos frente àquela tradição. Tendo como ponto de partida os móveis originais de D. Juracy, antiga moradora da casa, coube-nos recontextualizá-los por meio da inserção de “obras infiltradas” de outras naturezas: o modo de morar de meados do século XX junto a objetos que compõem um apanhado de muitos outros modos de morar, expandindo as possibilidades de habitar por meio de obras essencialmente brasileiras e não-modernistas.
“O Museu Casa Kubitschek é um exemplo do modernismo com continuidade histórica que marcou o movimento no Brasil. Um modernismo da tradição e da ruptura que partiu de uma leitura da arquitetura colonial, incorporando contradições que expressam o passado e as promessas do futuro, simultaneamente. Outras Habitabilidades busca outras contradições ao mostrar, de forma não-hierárquica, o moderno e o popular, o erudito e o espontâneo, o projetado e o incontingente.”
MCK
Av. Otacílio Negrão de Lima 4188, Pampulha, Belo Horizonte MG, 03165-450
De quarta-feira a domingo, de 11h às 18h
Fotos: Leonardo Finotti
FICHA TÉCNICA
CURADORIA
Carlos M Teixeira (Vazio S/A), Marconi Drummond
ASSISTENTE DE CURADORIA
Daila Coutinho (Vazio S/A)
COORDENAÇÃO MUSEAL
Flávio Milagres, Cássio Campos e Vanessa Barboza de Araújo
APOIO OPERACIONAL
Ana Karina Bernardes e Michelle Galvão Soares
COORDENAÇÃO DE PROJETO
Paola Sposito
EXPOGRAFIA
Micrópolis
PRODUÇÃO
Sirlene Magalhães e Daniella Lages
PESQUISA CURATORIAL HISTÓRICA
Thiago Costa, Marcus Lage e Juliana de Souza Soares
AÇÃO EDUCATIVA
Lucas Mendes Menezes, Bruna Cristina Santos Costa (estagiária) e Júlia Teixeira Reis (estagiária)
IDENTIDADE VISUAL/SINALIZAÇÃO EXPOSITIVA
Voltz Design
COMUNICAÇÃO E DESIGN
Dila Puccini (Patuá Cultural)
REVISÃO
Angela Santoro
ASSESSORIA DE IMPRENSA E CONTEÚDO
Augusto Nascimento
EDIÇÃO VÍDEOS
Voltz Design
CONSERVAÇÃO/ELABORAÇÃO DE LAUDOS TÉCNICOS DOS ACERVOS
Luciana Bonadio, Tatiana Penna e Denyse Motta
APOIO DE PRODUÇÃO
Giovanna Pires
SUPORTE ADMINISTRATIVO FINANCEIRO
Breno Amaral e Ruth Lea Amaral
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA
Fabíola Moulin Mendonça
SECRETÁRIO MUNICIPAL ADJUNTO DE CULTURA
Gabriel Portela
FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA
PRESIDENTA INTERINA
Fabíola Moulin Mendonça
DIRETORA DE MUSEUS
Sara Moreno
INSTITUTO PERIFÉRICO
DIRETORA-PRESIDENTE
Gabriela Santoro
DIRETORA-EXECUTIVA
Lilian Nunes
DIRETORA-FINANCEIRA
Daniela Savoi
TEXTO INSTITUCIONAL
Projetada para ser residência de fim de semana do então prefeito Juscelino Kubitschek nos anos 1940, a casa que hoje abriga o Museu Casa Kubitschek representa os conceitos e valores modernos que orientaram a edificação da Pampulha e apontavam para a utopia da cidade moderna.
Juscelino foi proprietário da casa até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1946, eleito deputado federal. Imprimiu na casa, na Pampulha e na cidade de Belo Horizonte as marcas de seus ideais. Seu projeto modernizador o acompanhou no governo de Minas Gerais e na presidência do Brasil.
Dos anos de 1950 até início dos anos 2000, a casa pertenceu à família Guerra. Dona Juracy Guerra usufruiu da residência por várias décadas. Ocupou, mobiliou e transferiu para a casa seu gosto pessoal e os valores da época, preservando a arquitetura original de Oscar Niemeyer.
Em 2013, a casa se tornou um museu municipal, abrindo-se à visitação pública, e, neste momento, apresenta a exposição Outras Habitabilidades. Por meio dela, a casa modernista se expande, entrando em contato com modos de morar, arquiteturas e expressões artísticas diversas. É o Museu Casa Kubitschek se abrindo para novos diálogos, novas possibilidades.
A exposição Outras Habitabilidades reafirma o compromisso do museu em ofertar ao público experiências reflexivas e sensíveis no campo da arquitetura residencial, do universo doméstico, do paisagismo e da história da Pampulha, articulando o legado de Juscelino Kubitschek com discussões contemporâneas. A exposição parte de um olhar cuidadoso de valorização da própria arquitetura do museu, com suas linhas e contornos, visadas de seus jardins e integração de seus móveis modernistas para criar interseções, diálogos e estranhamentos com a sua própria história e com outros elementos utilitários, de arte e de design, que permeiam os modos de morar de Belo Horizonte e do Brasil – antes, durante e após o modernismo.
É, então, um convite a vivenciar a mesma casa e uma nova casa.
Estamos de portas abertas, sejam bem-vindos!
Secretaria Municipal de Cultura
Fundação Municipal de Cultura
Instituto Periférico